
A Lagoa Maior ficou pequena para a quantidade de pessoas que foram assistir o espetáculo do Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), da Força Nacional Brasileira (FAB), mais conhecido como Esquadrilha da Fumaça. O show teve início às 9h30 de ontem e lotou todo o entorno da Lagoa Maior.
A apresentação contou com a participação de sete aeronaves da Força Aérea Brasileira que emocionaram o público com manobras como loops com cruzamento, parafusos verticais, “DNA” – em que uma aeronave circunscreve outras duas a menos de dois metros de distância -, entre outras.
O que se via em toda a parte eram mãos: ora se protegendo do sol – que abriu para garantir o show -, ora para tirar fotos ou para aplaudir.
Entre as muitas mãos erguidas, estavam as de Alis André Albuquerque, 32 anos. Acompanhado da esposa e do filho de apenas dez meses, ele assistiu ao espetáculo pela primeira vez. “Esta é a primeira vez que consigo vir. Das outras vezes, estava trabalhando. Acredito que vai ser um grande evento”, disse. Alis trabalha na ferrovia. Ele estava certo, segundo Edson Rúbio, 62 anos.
“Foi muito bonito mesmo. Todas elas [manobras] foram perfeitas. Não vi um único erro. Foi especial”, contou. Rúbio também assistiu à apresentação pela primeira vez. “Até então, eu só tinha visto esses pilotos na TV”, completa.
O momento com mais aplausos foi quando o comandante da equipe tenente-coronel Wagner de Almeida Esteves falou com a população através do rádio. Pelo ar, ele transmitiu um agradecimento aos três-lagoenses: “É sempre motivo de orgulho fazer parte das festividades de aniversário dessa bela cidade. Agora, faremos uma manobra em homenagem a vocês”, disse. Logo em seguida, as sete aeronaves formaram um coração no ar.
TRABALHO
Enquanto alguns aproveitaram o feriado de aniversário da cidade para descansar e participar dos eventos comemorativos, outros pegaram o dia para trabalhar. Esse foi o caso da vendedora ambulante, Érica de Paula Mariano, 24 anos. Ela estava com o seu carrinho de churros em um ponto estratégico da apresentação. “Sempre trabalho aqui na Lagoa [Maior]. Daí, fiquei sabendo da apresentação e resolvi vir para cá. Compensa vir para esses eventos”. Esta é a segunda vez que Érica participa de uma apresentação da Esquadrilha da Fumaça, mas confessa que não tem muito tempo para olhar para o céu. “Não dá tempo. Tenho que trabalhar. Só fico ouvindo [a narração de um membro da equipe EDA]”, completou.
ABERTURA
Entre os espectadores, também estava a prefeita Márcia Moura, acompanhada da diretora do Departamento de Cultura, Vickie Vituri. Segundo a prefeita, a apresentação da Esquadrilha da Fumaça estava agendada há um ano. A antecipação deve-se à agenda apertada dos pilotos. “Eles são muito requisitados em todo o Brasil e esse ano ainda tiveram a agenda toda modificada. Por sorte, conseguimos que mantivessem a data de aniversário da nossa cidade”, disse. A última apresentação da equipe havia ocorrido em 2005.
Para a prefeita, a apresentação foi a melhor forma de dar início às festividades de aniversário. “Estamos falando de homens que comprometem-se 24 horas por dia. Agora, por exemplo, eles irão avaliar toda a apresentação feita na nossa cidade. Além de serem motivo de orgulho para todo o brasileiro, a esquadrilha também serve de exemplo para os nossos jovens”, finalizou.
Na equipe, estavam os pilotos tenente-coronel Esteves, major Alexandre de Carvalho Ribeiro; os capitães Eduardo Maia Arantes, André Fabiano da Silva, Marcos Mendes Conrado, João Igor Silva Pivovar e Nielson de Araújo Silva.
Esquadrilha da Fumaça completa 60 anos
Criada oficialmente em 1952, o Esquadrão de Demonstração Aérea da FAB completa 60 anos neste mês. Composta por 13 pilotos altamente treinados e capacitados, a Esquadrilha da Fumaça opera com a aeronave T-27 Tucano, projetada e fabricada pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), e realiza, em média, 100 demonstrações por ano. Em cada uma delas, o público pode acompanhar uma série de 55 acrobacias de alta performance que incluem o voo de dorso, especialidade da equipe fumaceira. Em 2006, a Fumaça alcançou o recorde voando com 12 aeronaves em formação de voo dorsal.
Ao todo, foram mais de 3,5 mil demonstrações realizadas em todo o Brasil e no exterior. O objetivo da equipe é criar uma ligação entre a população e a FAB.