Comerciantes de Três Lagoas estão atônitos com a ocorrência quase que diária de roubos praticados por homens que usam, na maioria dos casos, motocicletas para a ação. Armas em punho, em poucos minutos eles agem e deixam para trás um rastro de temor e apreensão, afinal, ninguém sabe se nos próximos dias serão vítimas de uma nova ação, colocando em risco não apenas o patrimônio destes empresários, mas até mesmo a própria vida e a de familiares também.
Um dos casos ocorreu na tarde de quarta-feira (4) quando a comerciante Cassiane Rocamora Rodrigues estava em seu estabelecimento comercial, localizado na rua Manoel Ferreira da Rocha, na Vila Nova, em companhia de seu esposo e de dois filhos. Dois homens chegaram numa motocicleta e anunciaram o assalto. Sob a mira de um revólver um dos funcionários entregou ao criminoso cerca de R$ 700.
“A gente que trabalha no comércio se sente muito desprotegida porque quem chega a nosso estabelecimento pode ser um cliente ou um bandido. Fomos atender e quando menos esperava, ele apontou um revólver e exigiu o dinheiro”, contou a comerciante que trabalha com distribuição de gás de cozinha. Agora, para se sentir protegida, mantém um portão fechado e só abre depois que se certificar que está diante de um cliente.
“É medo, é insegurança mesmo. Não tem como deixar aberto. Toda vez que chega a pessoa tem que abrir o portão para atender a venda”, assegura. Cassiane conta que nunca tinha passado por uma situação semelhante e que se sente insegura em casa, no trabalho e até mesmo nas ruas de Três Lagoas, onde anda observando nos olhos das pessoas, com medo de quem se aproxima.
OUTRO CASO
Na terça-feira (3) outro comerciante foi surpreendido em seu estabelecimento, localizado na Rua Manoel Faria Duque, no bairro Vila Verde. Marcos Damião Nunes Coutinho estava em seu mercado quando um homem, armado de revólver, anunciou o assalto e em menos de três minutos levou aproximadamente R$ 400 que tinha no caixa. Ele foi apoiado por outro comparsa que estava em uma motocicleta e que lhe auxiliou na fuga.
O comerciante diz que estava preparado para um fato como o que foi vítima. Sem esboçar nenhuma reação, ele procurou atender o que o criminoso pedia, pois temia pela vida. Ele atribui os altos índices de violência na cidade ao desemprego e acredita que Três Lagoas está carente de mais policiamento preventivo e mais viaturas. “O bairro tem sido atendido pela Polícia Militar com viaturas circulando constantemente, mas não é suficiente”, enfatizou o comerciante.
Questionado se conhece outros proprietários de estabelecimentos comerciais que foram vítima de roubos na cidade, Marcos reconhece que isso ocorre quase todos os dias e não é novidade.