
Os números de picadas de escorpiões em Três Lagoas continuam preocupando. Somente em 2025, já foram registrados 597 ataques, conforme dados do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). O total se aproxima do número contabilizado em todo o ano passado: 518 notificações. Em 2023, o município havia encerrado o ano com 700 registros, o que demonstra que a infestação segue em níveis elevados.
SUSTO
Um dos casos mais recentes e que chamou a atenção da população ocorreu dentro de uma escola municipal, onde uma criança de seis anos foi picada por um escorpião durante o período de aula. A menina recebeu atendimento imediato e foi encaminhada para o Hospital Cassems, onde passou por observação e se recupera bem.
Em nota, a Prefeitura de Três Lagoas informou que acompanha o caso e prestou todo o apoio necessário à família. A administração municipal também destacou que a Escola Municipal Irmã Scheila, onde ocorreu o incidente, passou por dedetização em 30 de julho, com validade de 180 dias, conforme cronograma de controle de pragas adotado pela Secretaria de Educação.
REPRODUÇÃO
De acordo com o coordenador do CCZ, Cristovam Bazan, o período entre agosto e novembro é o mais crítico, já que os escorpiões ficam mais ativos e com maior concentração de veneno. “É a época de reprodução, por isso os cuidados precisam ser redobrados. É importante não deixar camas encostadas nas paredes, manter ralos tampados e evitar lençóis tocando o chão”, orientou.
Bazan ainda explicou que não existe um inseticida específico capaz de eliminar os escorpiões de forma direta. “O veneno só é eficaz se atingir o animal, e muitas vezes ele está escondido. Por isso, o trabalho do CCZ é focado no monitoramento de imóveis e prédios públicos, aliado à conscientização da população”, destacou. O coordenador reforça que a melhor forma de prevenção é a limpeza constante dos quintais e a remoção de entulhos, madeiras e tijolos empilhados — locais que servem de abrigo para o animal.
Em Três Lagoas, não há registro de mortes por picadas neste ano, mas o tipo mais comum e perigoso encontrado na cidade é o escorpião-amarelo (Tityus Serrulatus), espécie que se reproduz sozinha e possui alto grau de toxicidade. “Manter o ambiente limpo e evitar acúmulo de materiais é fundamental para afastar o risco. O cuidado precisa ser diário”, finalizou Bazan.
ATENDIMENTO
No caso de picada de escorpião e de outros animais peçonhentos, o Ministério da Saúde disponibiliza soro específico. Em Três Lagoas, o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora é o serviço de saúde de referência, onde estão disponíveis todos os tipos de soro. O CCZ orienta que, caso o morador encontre um animal peçonhento, deve entrar em contato com o setor pelo telefone (67) 3929-1803 ou diretamente na unidade, que fica na rua Egídio Thomé, no bairro Jupiá.