Somente no primeiro semestre deste ano, 5.109 pessoas deram entrada ao seguro-desemprego no Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador (Ciat) de Três Lagoas. No mesmo período do ano passado, 5.070 profissionais deram entrada para receber o benefício que dura, em média, cinco meses. Apesar da pequena diferença de um ano para o outro, o número foi considerado alto.
De acordo com o coordenador do Ciat, Ivan Alkmim, Três Lagoas é a segunda cidade do Estado que mais requisita o seguro, oferecido pelo governo federal. O município só fica atrás de Campo Grande, quase oito vezes maior que a Cidade das Águas. O montante do benefício oferecido aos desempregados ultrapassa os R$ 4 milhões mensais.
O Ciat, porém, não atende apenas Três Lagoas, mas também Água Clara, Brasilândia, Selvíria, Santa Rita do Pardo e Castilho, cidade paulista vizinha do município. Segundo Alkmim, apesar de o atendimento ser estendido para esses municípios, pelo menos 60% dos atendimentos são oferecidos aos três-lagoenses. “A grande procura pelo seguro mostra que a rotatividade nas empresas da cidade é bastante significativa”, avaliou.
Com o intuito de diminuir o desemprego e as fraudes (acordos entre empregadores e empregados), o Ciat é obrigado a oferecer as vagas disponíveis na área do desempregado, antes mesmo da entrada ao seguro-desemprego. O candidato deve passar pelas entrevistas. Caso ele se negue a aceitar a oportunidade de trabalho, o benefício é bloqueado na hora. “Ele só vai receber as parcelas após passar pelas entrevistas e não atender aos requisitos da empresa. Se passar na entrevista e rejeitar a vaga, o seguro também é bloqueado”, explicou.
NOVAS REGRAS
Para que as chances de fraude diminuam ainda mais, o governo federal lançou uma nova proposta. Desde o último dia 15 de junho, os trabalhadores que deram entrada pela terceira vez consecutiva no seguro são convidados a participar de cursos de qualificação gratuitamente por meio do Programa Nacional de Acesso a Ensino Técnico Emprego (Pronatec). Caso ele negue, o seu benefício é bloqueado. “Além de ele ser encaminhado a uma nova vaga, deve participar dos cursos e, se faltar às aulas, vai perder o seguro”, destacou. Os cursos têm duração de, em média, dois meses.
O coordenador informou que, até o momento, o Ciat não encaminhou nenhum desempregado. “Assim que os reincidentes passarem a aparecer, eles serão encaminhados”, disse. Os cursos podem ser escolhidos pelo aluno. Entre os disponíveis, estão: operador de computador, auxiliar financeiro, auxiliar administrativo, auxiliar de pessoal e vendedor.
Para Alkimim, o governo entendeu que o profissional que dá entrada no seguro pela terceira vez consecutiva mostra experiência, mas não tem qualificação. “O mercado exige, cada vez mais, que os seus profissionais sejam qualificados”, completou.