A Assembleia Legislativa aprovou ontem projeto de autoria da deputada Mara Caseiro (PTdoB) que reserva para mulheres 5% das vagas de emprego na construção de obras públicas realizadas pela administração estadual.
A partir de agora, deverá constar dos editais de licitações de obras públicas uma cláusula com a exigência das vagas de emprego para o sexo feminino.
Mara justifica que muitas vezes a mulher é a única provedora da família e que este projeto pode assegurar a vaga a estas trabalhadoras, em uma profissão vista pela sociedade como masculina.
“Apesar das conquistas, é necessário aumentar a oportunidade de emprego para as mulheres, ocupando-as também nas áreas onde o mercado de trabalho feminino é insignificante, como é o caso da construção civil”, afirma.
A proposta, aprovada em plenário em primeira análise, deve passar nos próximos dias pela segunda votação. Em seguida, será sancionado pelo governador André Puccinelli (PMDB).
Estatística
Conforme a deputada, de dezembro de 2006 ao mesmo mês de 2010, o número de mulheres na construção civil em Mato Grosso do Sul passou de 829 para 2.228 – disparada de 168% em apenas cinco anos.
Em 2006, havia 13.797 homens no segmento. Em 2010, eles já eram 25.479. O aumento, de 86%, é expressivo, mas muito inferior ao avanço relativo da quantidade de mulheres nos canteiros de obras.
De acordo com números da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), organizados pelo economista Áureo Torres, a participação das mulheres na construção civil neste período no Estado subiu de 5,7% para 8% e dos homens, caiu de 94,3% para 92%.
Apesar da distância ainda ser grande, os números indicam mudança radical em uma área, cuja presença feminina era, há alguns anos, impensável.