Em uma confecção instalada no Estabelecimento Penal de Paranaíba (EPPar) são produzidos, em média, 1200 calçados diariamente. O material é distribuído às maiores cidades de Mato Grosso do Sul, como a Capital, e ainda calça pessoas em diversos estados brasileiros, entre eles: São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Santa Catarina.
A iniciativa faz parte de uma parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e a empresa Adriana Rezende Calçados, tendo como objetivo a ocupação produtiva e remunerada de detentos.
O convênio foi formalizado há mais de um ano como parte do “Projeto Recomeçar”, idealizado pelo juiz da Vara Criminal e Execução Penal de Paranaíba, Francisco Vieira de Andrade Neto, com apoio do Conselho da Comunidade local. O projeto tem por objetivo proporcionar mecanismo de reinserção social de internos do sistema prisional por meio do trabalho, além de contribuir com ações que visam melhorias para a estrutura das unidades penais da cidade.
O trabalho de confecção de calçados é desenvolvido por oito internos do EPPar. Eles atuam na finalização das peças, como colagem de palmilhas, enfeites decorativos e embalagens comerciais. Pelo trabalho, recebem mensalmente o valor de R$ 200 e kits de higiene, e ainda ganham remição de um dia na pena para cada três trabalhados.
Para o empresário Alfredo Bernardes da Silva, dona da empresa de calçados, a parceria tem sido muito produtiva. Segundo ele os internos são muito disciplinados e cumprem todas as tarefas com qualidade. “Estamos muito satisfeitos, temos bem menos problemas com eles do que com os empregados de fora”, comenta. “Também temos todo o apoio da direção e dos funcionários do presídio, além do estímulo do Dr. Andrade [juiz da Execução Penal], que está sempre nos procurando para ver o andamento dos trabalhos; o comprometimento de todos com a ação é muito grande”, enfatiza o empresário.