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Três Lagoas

Secretário diz que o maior desafio é a execução de obras de drenagem

Ele retornou para Três Lagoas no final de 2004, a convite do saudoso Senador Ramez Tebet e da ex-prefeita Simone Tebet. A princípio, ele seria diretor de planejamento, mas como um outro engenheiro não aceitou o convite por problemas de saúde, Getúlio Neves da Costa Dias foi escolhido secretário de Obras. Na sequência, uma entrevista com o secretário. 

Jornal do Povo-Como foi retornar para Três Lagoas? 
Getúlio Neves-Eu era secretário de obras na cidade de Coxim e o Ramez comentou com o prefeito na época, Junior Mocchi, que a Simone seria prefeita de Três Lagoas e precisaria de uma pessoa para trabalhar na área de planejamento.Como o outro engenheiro, por problemas de saúde, não aceitou o convite para ser secretário, fui convidado para assumir o cargo.

JP -Depois de tanto tempo fora, Três Lagoas é a cidade que escolheu para morar?
Getúlio -Com certeza. É a cidade para onde gostaria de ter voltado há muito tempo. Passei 20 anos fora e retornei no final de 2004. Minha esposa e meus filhos gostam daqui. Hoje tenho um pequeno terreno onde pretendo construir minha casa.

JP-Qual é sua a avaliação sobre a cidade, hoje, em comparação com o período que assumiu a secretaria?

Getúlio -Houve um crescimento importante. Com exceção do período de chuvas, a cidade tem se comportado bem. Quando a Simone assumiu a Prefeitura, o exercício financeiro era de R$ 70 milhões. Para o próximo ano, Três Lagoas deve arrecadar R$ 280 milhões. Com seriedade e planejamento, foram realizadas muitas obras. Conseguimos pavimentar 35% da cidade. Quando assumimos, tínhamos de 10% a 15% de ruas asfaltadas, hoje temos mais de 50%. E apesar da necessidade de construirmos outras obras, o asfalto é o maior anseio da comunidade.

J P-Qual o maior desafio a ser enfrentado?
Getúlio -A execução de obras de drenagens que são fundamentais para resolver o problema de alagamento das ruas, mas isso depende de muitos recursos. Aos poucos, estamos tentando resolver isso.

JP-A secretaria tem conhecimento de todos os pontos críticos da cidade, quando chove?
Getúlio- Sim. Temos conhecimento dos antigos, os quais já resolvemos, mas vão aparecendo outros em razão da impermeabilização da cidade com a construção de casas. As águas pluviais passam a carrear para as ruas. Em relação à rua Yamaguti KanKit, temos um problema antigo que estamos tentando resolver. A empreiteira reiniciou as obras que estavam paralisadas por falta de recursos do governo federal, mas será um processo lento em razão de sua dimensão. Acredito que, para este ano, as obras ainda não sejam concluídas.

JP-Existe uma preocupação em relação à execução de obras, já que 2012 é um ano eleitoral?
Getúlio- Não existe preocupação nenhuma em lançar projetos por esta razão. O exercício financeiro está sendo feito neste ano para ser gasto no ano que vem. Portanto, a Prefeitura poderá lançar obras e inaugurá-las sem maiores empecilhos.

JP-O que o senhor destaca como aspecto positivo em todos esses anos à frente da secretaria?
Getúlio- O planejamento urbano, uma vez que estamos aí com a revisão do Plano Diretor, o qual tem tido uma boa participação da sociedade. A população era apática a essas questões. Hoje, ela discute e corre atrás do que acha importante. Outra questão foi a valorização pessoal de cada três-lagoense.

JP-A população cumpre com suas obrigações?
Getúlio-  Há uma parcela que não tem contribuído, tanto que existem pessoas que são notificadas pela promotoria e Prefeitura, mas isso tem melhorado e a população tem revisto certos comportamentos. 

JP- Como foi trabalhar com a Simone e, agora, com a Márcia?
Getúlio – Trabalhar com a Simone foi um objetivo maior, ou seja. dar credibilidade ao planejamento e promover gestão aos projetos dela. Já a Márcia envolve uma tarefa mais relacionada a um contato mais próximo com as pessoas. Não que a Simone não tinha isso. Ela [Simone] precisava desse embate mais forte e soube lidar com isso com muita grandeza e inteligência. Digo que ser administrador público é administrar diferenças. As duas administram muito bem.

JP-Quanto à sua fama de ser “briguento” e exigente?
Getúlio-Sou muito exigente comigo e tenho que ser ainda mais com as questões públicas. Se não fizer tudo dentro da lei, posso ser cobrado pela justiça. Quando notificamos alguém por não cumpri-la, parece que nós somos culpados. Mas o meu papel é estar de acordo com a lei.

JP-O senhor gostaria de continuar secretário?
Getúlio-Isso não depende de mim. Eu desenvolvo meu trabalho e gosto do que faço. Um dia vou ter que sair, mas estarei consciente de ter feito a minha parte.