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Três Lagoas

Três Lagoas entra na era digital com rede de alta capacidade

A Prefeitura de Três Lagoas poderá disponibilizar essa tecnologia com a implantação uma rede híbrida de alta capacidade

Márcia Moura poderá fazer teleconferências da prefeitura com outros órgãos do município -
Márcia Moura poderá fazer teleconferências da prefeitura com outros órgãos do município -

Um totem instalado no posto de saúde permite ao cidadão acesso em tempo real a todos os serviços prestados pela administração municipal, desde marcar uma consulta médica, verificar o andamento de um processo, e, até mesmo, pagar o IPTU. A Prefeitura de Três Lagoas poderá disponibilizar essa tecnologia com a implantação uma rede híbrida de alta capacidade, composta por fibra ótica e ondas de rádio, com autonomia para transmitir grande volume de informações, entre dados, voz e imagem.

O objetivo é conectar a essa rede aos cerca de 80 prédios públicos, de escolas a postos de saúde. Até o final do ano, a Prefeitura deve lançar um edital para contratar a empresa que irá instalar o sistema. “A montagem do edital é complexa, devido à tecnologia que será usada”, explicou o analista de sistema Luiz Vargas, contratado pela administração municipal como consultor do projeto. “Esse trabalho deverá atrair o interesse de empresas do mundo todo”, ressaltou Vargas.

A rede de alta capacidade irá transportar o município de Três Lagoas para a era digital. Ela foi desenvolvida para o protocolo internet, e, num primeiro momento, vai disponibilizar em tempo real de todas as informações geradas pelas repartições públicas do município, além de interligar as atividades internas da Prefeitura. A nova tecnologia permitirá que a prefeita Márcia Moura tome conhecimento, em detalhe, do que acontece no âmbito da administração municipal. Ela poderá, por exemplo, realizar teleconferências com secretários, diretores de colégio, ou coordenadores dos postos de saúde, sem precisar deixar o seu gabinete.  Outra vantagem da rede de alta capacidade é a redução do custo com telefonia. “O gasto com a conta de telefone cai em 30% logo no início da operação da rede”, destacou o consultor. Segundo ele, essa economia será ainda maior quando forem instalados as novas centrais de comunicação já encomendadas.

INVESTIMENTO
O projeto foi avaliado em R$ 2,6 milhões, mas a Prefeitura planeja, num primeiro momento, desembolsar R$ 1,5 milhão dividido em três etapas: a instalação da fibra ótica, a implantação do sistema de rádio; padrão “wimax”, próprio para internet de banda larga, e, por último, a conexão dos dois sistemas. “A rede deverá estar em operação no início do ano que vem. Nós iremos, então, ativar os serviços ao sistema e substituir as linhas de telefone”, afirmou Vargas. Os prédios, novo e antigo, da Prefeitura, as secretarias de Obras, Assistência Social e Educação, e a Central de Processamento de Dados (CPD) serão os primeiros a estarem conectados à rede de alta capacidade.  Luiz Vargas lembrou que a Prefeitura investiu R$ 300 mil na modernização dos servidores, os quais farão o gerenciamento do sistema.

O sistema funcionará como infraestrutura capaz de dar suporte a uma série de atividades. “É possível instalar um equipamento nas ambulâncias para monitorar as ocorrências e o tempo de socorro. Os dados transmitidos pela rede podem ser compilados e usados na melhoria do atendimento”, explicou Vargas. Com a interligação em tempo real de todos os serviços municipais, a Prefeitura terá nas mãos um poderoso instrumento para definição de políticas públicas. A segurança do bem público e o trânsito da cidade seriam um dos primeiros beneficiados. Segundo Vargas, a administração municipal adquiriu equipamentos de webcam, que podem ser usadas tanto para o monitoramento das principais vias, como para a vigilância do patrimônio. . “As webcams serão instaladas em pontos chaves, e operadas por uma central de controle”, disse o consultor, sem saber quando exatamente esse sistema estará funcionando.

“Com a rede pronta, a Prefeita possuirá inúmeras opções para desenvolver novos projetos para a comunidade”, salientou. O emprego do sistema de câmeras em logradouros públicos pela Polícia Militar (PM) seria uma extensão natural desse serviço.  Segundo o consultor Luiz Vargas, a maior parte das instalações da Prefeitura dispõe de condições para receber o sistema de rede de alta capacidade. “Será necessário realizar poucas mudanças”, disse. Vargas destacou a importância das reformas dos prédios públicos, realizadas pela administração municipal nos últimos anos não encareceu o custo total do projeto. “A Prefeitura de Campo Grande se viu obrigada a reformar vários prédios, antes de instalar a rede”, contou.

CIDADE DIGITAL
No início do ano passado, Três Lagoas foi incluída pelo Ministério das Comunicações numa lista de 163 cidades aptas a receber a implantação do projeto Cidade Digital. A ideia do governo federal era disponibilizar, aos municípios escolhidos, linhas de financiamento para a instalação de um sistema de comunicação sem fio de alta capacidade de transmissão de dados. O principal objetivo era melhorar o serviço público nas áreas de saúde, educação e segurança. A nova tecnologia permitiria a realização de teleconferências, “tetemedicina”, “teleaulas” e “televigilâncias”.

O Ministério das Comunicações chegou a realizar uma licitação para definir qual empresa seria responsável pelo desenvolvimento desse programa. A Prefeitura de Três Lagoas, entretanto, resolveu seguir o caminho de forma independente, e elaborou uma concepção própria do sistema de rede, com recursos do caixa do município.  Segundo o secretário de Finanças, Planejamento e Controladoria Geral, Walmir Arantes, não houve interesse no financiamento do programa Cidade Digital. “Não quis montar um projeto para fazer o financiamento porque não sei se ele vai sair. No PAC 2 [Plano de Aceleração do Crescimento], por exemplo, fizemos o pedido via governo federal e está muito difícil de ser aprovado”, explicou o secretário. Arantes salientou que a demora em receber os recursos federais poderiam comprometer a instalação da rede em Três Lagoas. “O financiamento feito pela Caixa Econômica Federal para infraestrutura foi aprovado em 2010, porém até a presente data não foi liberado para a licitação”, exemplificou.

A Prefeitura preferiu elaborar um Plano Diretor em Infraestrutura de Redes com recursos próprios. Esse plano começou a ser pensado há dois anos, e foi entregue à prefeita Márcia Moura há seis meses.