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Privatização duvidosa

Leia o editorial do Jornal do Povo, da edição deste sábado (9)

Por Redação JPNews
10/03/2024 • 11h31
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Um dos maiores anseios de todos que trafegam pela BR 262 pelo trecho Três Lagoas – Campo Grande é ver implantada a duplicação dessa importante rodovia, que nasce em Vitória do Espírito Santo e chega até os contrafortes da nossa fronteira com a Bolívia em Corumbá. Atravessa quatro estados no sentido Leste-Oeste: Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo até o nosso Mato Grosso do Sul. Indiscutivelmente, trata-se de importante via de escoamento da produção. Futuramente, atuará em conjunto com o Corredor Bioceânico, ligando o Brasil com o Paraguai, norte da Argentina e norte do Chile, proporcionando destinos para a entrada nas Cordilheiras dos Andes e ao Deserto de Atacama, respectivamente.

Também, estabelecerá um novo caminho para a Ásia, principalmente, para países como China e Japão, quando, então, assegurará o escoamento mais rápido e eficiente da produção de grãos e carne, entre tantos outros produtos, incluída a celulose, produzidos aqui no Centro Oeste brasileiro. O incremento econômico da nossa região se acentua celeremente. Somente na região da Costa Leste, temos instaladas, entre inúmeras indústrias, três portentosas fábricas de celulose e uma de papel, sem contar que quando terminar o imbróglio da venda da Eldorado, certamente, ampliará sua produção construindo mais uma unidade fabril, além da fábrica de celulose da Aralco em Inocência, em fase de construção.

A fábrica de fertilizantes, a UFN-3 irá turbinar a produção do agro com fertilizantes a custos mais em conta dos que hoje suporta o agronegócio. Diante deste cenário otimista sob o aspecto industrial e econômico, o fato é que o tráfego em nossas estradas ficará mais intenso. E, por isso, é que tarda a duplicação da BR 262, que tem um tráfego elevado, registrando acidentes fatais. Além do mais, esse tráfego será aumentado com a entrada em operação da fábrica de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo, que utilizará centenas de carretas para o transporte indispensável e diário de eucalipto, matéria prima para a sua produção. Percebe-se que as autoridades tanto do nosso Estado como as da União começam dar o encaminhamento aos estudos para a duplicação da BR 262.

A representação do Dnit aqui em Três Lagoas, informa que a União está adotando medidas para a contratação do projeto de duplicação da rodovia, embora a administração estadual pretenda obter autorização da União para administrar esse trecho, apesar de até o momento não ter havido definição para essa pretensão. Recentemente, o governo de Mato Grosso do Sul adotou um modelo de concessão de rodovias. E se for concedido ao Estado autorização federal para administrar a BR 262 entre Três Lagoas e Campo Grande, certamente, corremos o risco de ver retardada essa duplicação rodoviária, pois já circula informações de que o Consórcio Way Brasil, que se tornou concessionário de 412 km em três rodovias da nossa região, a Costa Leste, entre elas o trecho Três Lagoas – Cassilândia, pretende disputar essa concessão para construir terceiras faixas em trechos onde o tráfego de carretas e outros veículos mais pesados congestionam a trafegabilidade da rodovia, além de promover melhorias, que não redundam em duplicação da rodovia.

Seja essa ou outra empresa, é preciso que estejamos atentos para contrariar a implantação desse tipo de serviço, que não atende o desejo de se ver duplicada a BR 262. É preciso estancar a incidência de acidentes graves e fatais para que todos, possamos viajar em segurança. Não há lugar para um tipo de privatização dessa rodovia que não seja sua duplicação. Caso contrário, que o governo federal assuma sua responsabilidade e execute projeto de duplicação do trecho Três Lagoas – Campo Grande.  Um fato é certo, se as empresas terceirizadas construírem pistas auxiliares pagaremos pedágio. Ora, se vamos pagar pedágio, que paguemos trafegando por uma rodovia duplicada pela União.  

 

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