O governador Eduardo Riedel cumpriu ontem (3) agenda de trabalho em Paranaíba, em comemoração aos 168 anos do município, onde foram entregues obras que somam mais de R$ 46,4 milhões. Acompanhado do prefeito Maycol Queiroz e comitiva, o governador inaugurou a restauração do aeródromo, visitou a obra de canalização do Córrego Fazendinha e marcou a entrega da reforma de três escolas estaduais.
Ele vai marcar uma data, nos próximos dias, para receber na Governadoria os pleitos de Paranaíba para a segunda etapa do programa Mais Ativo. Ele quer que uma delegação de lideranças leve as principais reivindicações do município.
Em pronunciamento, após receber o título de cidadão honorário paranaibense, o governador falou do orgulho em receber o reconhecimento “por tudo que a gente tem feito aqui no Estado e no município. A gente faz com muita alegria e muita convicção de que as ações vão resultar em melhora de vida para a população, que é o objetivo central da nossa gestão”, assinalou.
Para ele, “quando a gente vem inaugurar uma escola, não estamos inaugurando uma escola, estamos entregando um equipamento à população para melhorar a qualidade do ensino, que resulta, junto com o ensino em tempo integral, com a digitalização, com a infraestrutura de conectividade, numa transformação profunda na Educação do Estado, junto com o ensino profissionalizante”, avaliou.
“Quando a gente inaugura a canalização de um córrego, a gente está falando de concretizar, junto com o saneamento básico, saúde e bem-estar para as pessoas”, argumentou.
Riedel comparou que, quando é feito o recapeamento asfáltico, “Não são os milhões, não é a obra. Quando caminhamos onde foi feita a obra, temos a alegria de saber das pessoas chegando em casa, na sua moto, de bicicleta, de carro ou a pé, com uma outra condição de bem-estar para elas”, enumerou.
“Mato Grosso do Sul passa por um desenvolvimento muito forte, com mais de 5% de crescimento do PIB ao ano, o dobro da média nacional”, apontou ao reconhecer a capacidade de construir no Estado, de investir nos municípios e em infraestruturas estruturantes. “MS tem atraído muitas empresas, também pelo bom ambiente de negócios e pelo ambiente político, institucional e econômico, que resulta também nessa atração de capital”, avaliou o governador.
Ele garante que mantém relação com as prefeituras, independentemente de posicionamento político, à direita ou à esquerda. “Nosso foco é resultado, é a capacidade de transformação. Aqui a gente materializa tudo isso, visitando as obras e sendo reconhecido.”
“A gente deixa aqui, no aniversário de 168 anos, os parabéns pela história construída. É muito orgulhoso ser paranaibense e sul-mato-grossense”, concluiu.
Após a solenidade, o governador Eduardo Riedel concedeu entrevista à imprensa, abordando o momento vivido por Mato Grosso do Sul e pelo país. Abaixo, os principais trechos da entrevista:
Política, partidos, eleições
“A gente antecipou muito essa discussão em função da reforma política e das decisões partidárias. Nós vemos o Brasil com 40 partidos. Isso é inviável. É um absurdo, uma excrescência da política brasileira, e que, na reforma, está levando à reconcentração de partidos.”
“Eu havia dito que só vou falar de eleição no ano que vem, em 2026. Mas, em função dessa antecipação, pela dinâmica partidária que está posta aí, nós estamos discutindo com alguns partidos esse caminho para Mato Grosso do Sul, numa aliança que vai envolver um posicionamento mais liberal na economia. Isso se chama centro-direita.”
“Com bandeiras muito claras no social, no meio ambiente e no resgate. Quando eu falo que Mato Grosso do Sul tem que crescer sem deixar ninguém para trás, é muito nesse sentido. Com bandeiras que não são de direita e nem de esquerda. São bandeiras da sociedade. A minha agenda é uma agenda da sociedade. As pessoas tentam rotular muito essa característica ideológica, mas eu sou muito focado na agenda do Mato Grosso do Sul, que é uma agenda clara.”
“Então, o ano que vem, depois de definida essa questão partidária, agora, nesse começo do segundo semestre, nós vamos discutir essa aliança partidária, que envolve a majoritária e as eleições nacionais de uma maneira geral: deputado estadual, deputado federal, senadores, governadores e presidente da República. A gente vai falar no ano que vem sobre isso, mas agora, no começo do segundo semestre, tem uma movimentação partidária em andamento.”
Instabilidade com reflexos
“Esse clima de instabilidade reflete no Brasil, ao contrário de Mato Grosso do Sul. O clima de instabilidade posto no Brasil atrapalha o país, quando você não tem clara a agenda. A gente tem visto aumentar uma polarização rico contra pobre, numa discussão que não faz mais sentido.”
“Existe uma agenda muito clara para buscar a equação do equilíbrio fiscal. Ela é possível de ser feita, mas não é isso que está sendo discutido. Estamos politizando uma discussão no âmbito nacional que não faz sentido. Quem perde com isso é o Brasil.”
“Afeta, sim. Afeta na taxa de juros alta, afeta na taxa Selic a 15%, afeta na instabilidade dos movimentos, na atração de capital. Não tenho dúvida de que o Brasil precisa retomar uma linha e uma agenda, independentemente se é para um lado ou para o outro, mas que tenha clareza e não fomente uma discussão ideológica que afasta do Brasil investidores, geração de emprego e renda. Eu acho que a gente antecipou demais a discussão eleitoral, e acho que isso é ruim para o Brasil.”