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Epidemia de dengue é tema de debate em Campo Grande

O principal assunto em pauta é o Plano de Contingência para Epidemia de Dengue em Mato Grosso do Sul

Desde o início da manhã desta quarta-feira (13) estão reunidos no prédio da Secretaria de Saúde do Estado (SES) técnicos do Ministério da Saúde, da própria secretaria e da Secretaria de Saúde da Capital. O principal assunto em pauta é o Plano de Contingência para Epidemia de Dengue em Mato Grosso do Sul.

Estão sendo apresentadas e discutidas as ações que devem conter no documento para que sirva como norteador nos momentos, principalmente, de epidemia da doença no Estado. No período matutino, foram expostas as ações da Vigilância Epidemiológica, da Assistência em Saúde (inclusive e especificamente de Campo Grande), da Comunicação e dos Laboratórios.

À tarde a reunião vai continuar com exposições das ações de gestão, de controle vetorial (LIRAa, Sinan, zoneamento, comitês de mobilização, etc), recursos financeiros e do Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (CIEVS).

De acordo com o consultor técnico Rodrigo Fabiano Said, “o ministério está com uma atenção especial em alguns estados como Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Acre e Rondônia, além de algumas cidades específicas como Belo Horizonte (MG). Esses locais estão em situação de risco e o ministério está colocando, à disposição, técnicos e o que mais for necessário, dentro do possível, para apoiá-los no enfrentamento à doença”.

Nos últimos anos, Mato Grosso do Sul registrou um pouco mais de 75 mil casos notificados, em 2007; 5.170 notificações, em 2008; e 20.254 casos notificados (sujeito a alteração), no ano passado. O aumento considerável é motivo de alerta tanto para a população quanto para as autoridades em saúde.

Entre os municípios que estão com maior incidência (por 100 mil/habitantes) da doença destacam-se Pedro Gomes (6269,74), Bodoquena (5521,11), Guia Lopes da Laguna (4276,79), Jardim (3057,26), Ladário (2714,35), Porto Murtinho (2196,03) e Nioaque (2019,88). Na capital, algumas áreas apresentam surtos da doença – especialmente as regiões oeste e sul –, mas a taxa de incidência está em 578,05.

Dos 78 municípios, até o momento, oito ainda não notificaram casos da doença: Alcinópolis, Brasilândia, Caracol, Japorã, Jateí, Novo Horizonte do Sul, Paranhos e Selvíria.

Os técnicos do ministério continuam com a visita até sexta-feira (15). Amanhã (14) a reunião será apenas com servidores da Secretaria Municipal de Campo Grande.

Dengue         

O Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, é menor que um pernilongo e a doença só é transmitida pela fêmea. Os primeiros registros da doença no mundo foram feitos no fim do século 18, na ilha de Java (sudoeste asiático) e na Filadélfia (Estados Unidos). Atualmente, a cada ano são registrados entre 50 a 80 milhões de casos de dengue em todo o mundo.

Depois que o mosquito chega a fase adulta, o tempo médio de vida é entre 30 a 35 dias. Neste período a fêmea põe de 4 a 6 vezes, sendo que cada vez ela pode botar mais de 100 ovos.

Sintomas e Cuidados

Depois da picada do mosquito com o vírus, os sintomas se manifestam normalmente do 3º ao 15º dia da infecção. Esse período é chamado de incubação. O tempo médio de duração da doença é de cinco a seis dias. Os sintomas surgem apenas após este período.

Se a pessoa sentir febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, manchas vermelhas no corpo e dor nos ossos e articulações deve procurar uma unidade de saúde porque pode ser dengue.

Agora, se o cidadão já está com suspeita de dengue e começou a apresentar dores abdominais, vômitos e qualquer tipo de sangramento (principalmente no 3º ou 4º dia do início desses sintomas) deve retornar imediatamente à unidade de saúde porque esses são indícios da evolução da dengue para a forma grave.

Depois de consultar um médico, o paciente deve tomar alguns cuidados como, por exemplo, manter-se em repouso, beber muito líquido (inclusive soro caseiro) e só usar medicamentos prescritos pelo médico para aliviar as dores e a febre. O tratamento da dengue é de suporte, ou seja, alívio dos sintomas, reposição de líquidos perdidos.