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Governo do Irã vai executar nove opositores

Autoridades dizem que manifestantes são "contrarrevolucionários" e "inimigos de Deus"

O Irã vai executar em breve nove "contrarrevolucionários" acusados de tentar derrubar o regime islâmico, anunciou nesta terça-feira (2) Seyyed Ebrahim Raisi, primeiro adjunto do chefe da autoridade judicial iraniana, citado pela agência Fars.

Durante uma reunião política em uma mesquita de Qom, Raisi afirmou:

– Os dois homens executados (em 28 de janeiro) e os nove que serão executados em breve foram detidos durante distúrbios.

Raisi acrescentou que todos são acusados de tentar "derrubar o regime":

– Cada um deles está vinculado a uma corrente contrarrevolucionária e participou nos distúrbios com o objetivo de derrubar o regime.

Na última quinta-feira (28), o Irã executou dois opositores acusados de serem "inimigos de Deus" e de pertencerem a um grupo que apoia a monarquia.

Mais de 4.000 manifestantes e opositores, segundo os dados oficiais, foram presos durante e depois das grandes manifestações contra o governo que se seguiram à reeleição de Mahmoud Ahmadinejad, em junho do ano passado.

A repressão dos protestos deixou 36 mortos segundo as autoridades e 72 segundo a oposição.

A maioria dos manifestantes presos foi libertada, mas 140 foram julgados e alguns, condenados a duras penas de prisão.

Outras centenas de opositores foram detidas desde então em diversas manifestações contra o governo, duramente reprimidas.

Mais de mil manifestantes, segundo um número oficial, foram presos durante os tumultos da Ashura, no dia 27 de dezembro de 2009, que deixaram oito mortos e centenas de feridos em todo o Irã.

A ala mais radical do poder pediu uma punição exemplar para as pessoas detidas durante os protestos da Ashura, os mais importantes e mais violentos desde os de junho passado.