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Maracaju

Psicólogos querem trabalhar em delegacias de plantão em MS

Polêmica surgiu após falta de profissionais nos Conselhos Tutelares. Titular da Depac de Campo Grande diz que não é necessária a presença.

A falta de psicólogos nos Conselhos Tutelares de Campo Grande diante do caso de tortura e agressão a uma criança de dois anos levantou, nesta semana, a questão da necessidade da presença desses profissionais nas delegacias de Polícia Civil, como mostrou a reportagem do Bom Dia MS desta sexta-feira (1º).

Apesar de não existir uma lei que determine a presença de psicólogos nas delegacias plantonistas, cerca de 80% dos casos registrados que envolvem crianças e adolescentes precisam de acompanhamento psicológico. A Delegacia Especializada de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Depca) registrou, até outubro de 2013, cerca de 1,1 mil boletins de ocorrência.
 
O titular da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), Fernando Nogueira, considera importante o trabalho dos psicólogos nas delegacias plantonistas, mas acredita que a presença dos profissionais não é necessária diariamente.
"Como o psicólogo é um braço, uma ferramenta da investigação, não necessariamente ele teria que ter uma sala dentro da unidade policial. O fato de você ter um psicólogo que possa auxiliar a polícia em determinados laudos e determinadas investigações já é o suficiente como uma das ferramentas de investigação", explicou.
 
Ainda segundo Nogueira, para conseguir um laudo psicológico durante as investigações, a polícia faz um pedido na Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Mato Grosso do Sul ou no conselho de psicologia, que pode indicar o profissional.
 
Em contrapartida, a presidente do Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso do Sul (CRP-MS), Norma Cosmo, acredita que os psicólogos deveriam trabalhar nas delegacias.
"Somos a favor porque entendemos ser importante a presença desse profissional principalmente no que tanje à construção dos laços sociais. Não pensando a segurança pública na perspectiva de combate à criminalidade, mas superando isso ", afirma.
 
Sobre o caso da menina que foi agredida e torturada pelo namorado da mãe, a presidente do conselho de psicologia diz que a presença do profissional na delegacia poderia contribuir com a investigação desde o início.
 
"Se nós tivéssemos um profissional de psicologia, este conteúdo e essa acolhida a esta pessoa, poderia se reorganizar, a pessoa poderia se sentir muito melhor, até para o andamento da investigação", analisa.